Back seat

Saia curta de ganga. Ténis vermelhos. Blusão de ganga. Soutien preto, sem cuecas. Estava vestida para ti e não para os outros que ficaram a olhar. Quando cheguei ao restaurante já estavas à minha espera e com o teu olhar e sorriso gulosos percebi que tinhas aprovado a fatiota. Estavas elegante e bem cheiroso como sempre. Conversámos animadamente sobre vários assuntos até que te disse "não tenho cuecas" e pisquei-te o olho. Sorriste e sem produzirem som os teus lábios disseram "pu-ta" Sabes mesmo aquecer o meu motor." Puta não, hoje quero ser a tua miúda virgem e inexperiente. Pode ser?" Em menos de meia hora já estávamos no meio da serra de Sintra no banco de trás do meu carro. Mas eu deixei que conduzisses,e no sexo também. 

                                     

Fingi que era uma menina inexperiente e até fiz duas tranças no cabelo. Sei que gostas de agarrar para controlar. Sentado no banco e com ele de fora disseste-me para o lamber. De joelhos  e sem tirar os olhos dos teus fiz como pediste. Agarraste-me nas tranças e disseste para o pôr na boca. "Chupa, vais ver que é bom".De início fingi não saber fazer a coisa, mas o hábito faz o monge e tratei dele exatamente como tu gostas. Conseguiste desmanchar as tranças. Seu bruto... Deitaste-me em cima do banco e disseste para relaxar. Ias-me lamber e mostrar como é bom. 

Ri-me... Como se eu não soubesse do que és capaz de fazer com essa língua maravilhosa. Mas não saí do papel de menina inexperiente. Controlei os gemidos e os palavrões que normalmente saem descontrolados. Brincaste tanto e tão bem que acabei por me vir na tua boca. És um mestre! Perdi as forças mas não esperaste tempo nenhum, puseste-me de 4 e avisaste que me ias foder. "Relaxa miúda, não vai doer" Fartei-me de rir. Tive de apertar bem e fingir dor. Somos bons atores miúdo. Enquanto me penetravas, por trás agarravas-me ora no rabo ora nas mamas que ansiavam o teu toque. "Estás a gostar menina?"... "Sim! Mais força... É tão bom!" Atendeste ao meu pedido e os nossos corpos uniram-se numa dança animalesca e carnal. Em menos de nada atingimos um orgasmo brutal. Estávamos mesmo a precisar disto e um role-play ajuda tanto...

noites mal dormidas

Fingi que já estava a dormir quando te meteste na cama. Ficaste lixado quando te apercebeste que eu dormia. "Foda-se" disseste tu quando te levantaste para voltar para a sala. Era mesmo isso que eu queria. Sabia que ias para o computador ver uns filmes.

 Deixei passar uns minutos e levantei-me sem fazer barulho, dirigi-me até à sala. Espreitei e vi-te em frente ao computador a ver um filme pornográfico. Fiquei tão excitada. Estavas a masturbar-te e um dos meus fetiches estava a realizar-se... Estava a ver-te e daqui a pouco ia juntar-me a ti. Por enquanto fico aqui escondida a ver-te. E a masturbar-me também. Só de tanguinha e um top diminuto, o ar fresco da noite já me endurecia os mamilos. Ou estão apenas ansiosos pelo teu toque. Não tiro os olhos do teu membro a ser massajado por ti. Está grande e brilhante. Suspiro sem querer... E tu ouves. De imediato viras-te e vês que eu estou ali. Upsss... "Acordaste? Anda cá ajudar sua malandra" dizes sem tirar a mão do pau e a sorrires para mim. Chego-me perto de ti e digo que quero continuar a ver. Sento-me na cadeira a teu lado abro as pernas, coloco a mão e continuo a acariciar-me. "És mesmo louca, sabes?" Continuamos a tocar-nos e a observar o outro. Para além de excitante e sensual também serve de aprendizagem, mas não chega. Quero tocar-te e tu queres foder-me. Sorri para ti ao mesmo tempo que me levanto e me coloco bem à tua frente. Pegas nas minhas mamas tirando-as para fora pelo decote do top. Sugas e mordiscas um dos mamilos e com os dedos fazes rolar o outro. 

Ondas de prazer percorrem o meu corpo. Gemo e digo que te quero.As pernas tremem quando me tocas e acaricias o sexo. Os teus dedos escorregam por mim dentro e beijamo-nos loucamente. A excitação está num crescendo e não temos muito mais a fazer. Sento-me em cima de ti. "Encaixamos tão bem miúdo" "Calma, vai devagar aí... Fode-me devagarinho"

O filme acabou e nem reparámos. Fui cavalgando mais rápido em ti e tu aproveitas para me dares umas palmadas barulhentas... Adoras! O orgasmo chegou quase sem avisar. Primeiro eu. Depois tu. Rimos abraçados um ao outro. Vamos para a cama que amanhã é dia de trabalho...

Empate técnico

Estavas sentado no sofá a ver um jogo qualquer da liga Europa quando me pus à tua frente com aquela saia preta de pregas que tu adoras. Deste-me uma palmada no rabo e pediste para eu me desviar. Peguei no comando e desliguei a TV. Sentei-me ao teu colo, de pernas bem abertas e sacudindo o cabelo para o lado direito inclinei-me e sussurrei "vou-te foder... queres colaborar?" 

Agarraste-me logo no rabo e puxaste-me mais para ti. Beijámo-nos e as nossas línguas iniciaram a troca de fluídos mais sensual que só nós sabemos fazer. Ávidos, os teus dedos procuraram uma cuequinha. Ao te aperceberes que não tinha agarraste-me o rabo com força  dizendo "és tão puta"... 

"Não sou nada"... Disse-te eu sorrindo enquanto me debruçava para trás desapertando-te rapidamente as calças. Já o tinhas pronto. Saí de cima de ti e toquei-me, à tua frente, provocadoramente. Também eu já estava pronta. Húmida e escorregadia. 

Sentei-me na mesinha que fica em frente ao sofá, pernas abertas e tu sabias exatamente o que eu queria. De joelhos à minha frente as tuas mãos passearam-se pelas minhas pernas, provocando-me arrepios. Fechei os olhos e arqueei as costas quando me tocaste com a língua. 

Eu já queria gritar de prazer. Um prazer que só tu me sabes dar. Abri os olhos porque melhor do que sentir-te em mim é ver tudo o que fazes. A visão é um dos melhores aliados do sexo. E deliciei-me a ver a tua língua a brincar com o meu clitóris. Agarrei-te no cabelo, gemi baixinho e pedi para parares. "Não me quero vir já"  

Empurrei-te de novo para o sofá e caíste rendido e com ele na mão. Mordisquei o lábio inferior, prendi o cabelo com um elástico. E ajoelhada peguei nele, com mãos e boca.Perdi-me por lá durante longos minutos. Adoro ver a tua reação às minhas investidas, mudança de velocidade, pressão ou profundidade. Mas também não quero que te venhas já. Coloquei-me de joelhos no sofá, costas viradas para ti e em menos de nada já me agarravas na cintura, para eu não me afastar muito perante as tuas investidas fortes e violentas. Fuck!! Os orgasmos vieram rápida e intensamente. Espasmos, gemidos e arranhadelas fizeram companhia aos mesmos, até lentamente se irem afastando dos nossos corpos, deixando apenas como marca as faces rosadas e os sorrisos tolos. 

No nosso sofá jogou-se um clássico e ficou empatado. Amanhã quero a desforra. E agora já podes ver o resto do jogo!

Freelancer

Combinámos encontrar-nos num restaurante da capital e eu cheguei cedo, como sempre. Ias editar o meu livro! Aproximaste-te de mim e, no meu íntimo pensei "oh não, podias ser menos atraente, vai ser difícil manter a compostura". Começaste por falar da editora, do contrato e às tantas eu já não estava a prestar atenção ao que dizias. Mentalmente escrevi a nossa história e imaginei-a na primeira página. Já íamos na sobremesa quando me perguntaste se podíamos ir beber um copo para nós conhecermos melhor e o teu olhar denunciou-te. Era o que eu queria! Fomos no teu carro mas não chegámos ao bar. Perguntaste se não podíamos pôr em prática um dos contos. Fuck! Fiz a contraproposta: fazermos em conjunto a primeira página do livro. 

                     

Enquanto conduzias coloquei a mão na tua perna: "Era uma vez uma escritora que queria comer o editor do seu primeiro livro. Ainda ele  estava a conduzir quando lhe sacou o pau para fora para lhe fazer um broche..." Olhaste para mim a sorrir. "Que bela maneira de começar a nossa história. Podes começar a pôr em prática, e vamos improvisando". Abrandaste a velocidade e antes de o tirar, beijei-te o pescoço e comecei a desapertar-te a gravata. Baixei-me e sentiste os meus lábios e língua.Estava já enorme e a latejar! Gemeste e espero que não tenhas fechado os olhos. Paraste na berma de uma estrada qualquer antes que provocasses um acidente. Sorridente disseste: "No próximo parágrafo ela despe-se e monta-se no editor, cavalgando que nem uma louca" Ri-me e cumpri. 

                           

 Estava molhada e encaixei-me perfeitamente. Disse-te que o editor a seguir levantava a minha blusa e sorria perante as mamas redondinhas e apetecíveis. Não esperaste nova ordem e lambeste os meus mamilos rijos e apertaste-os até doer. Sem aviso puxaste o banco para trás e pediste-me para espantar os leitores com um anal. "Senhor editor, isso fica para quando o meu livro estiver à venda nas Fnacs do país inteiro" Virei-me, sobre o volante e, numa puta de uma posição desconfortável fodeste-me por trás."Sra. Escritora, que bela foda." Sussurraste ao ouvido quando me puxaste pelo cabelo para trás. Estimulaste-me o clitóris e martelaste que nem um doido até nos virmos. " Mais um belo capítulo a incluir no livro!"

Sotaque gostoso!

Gosto de viajar sozinha mas agora só penso em aproveitar o voo para dormir. Foram umas belas férias. Do Rio de Janeiro até Lisboa são  umas10 horas. Até que te sentaste ao meu lado. Fiquei logo sem fôlego e a minha mente sedutora bateu palmas de excitação. 

Moreno, cabelo preto, ligeiramente encaracolado e com um sorriso super "legal". Iniciaste a conversa. E eu juro que não me insinuei, apesar de estar com uma saia mais reveladora do que deveria ser permitido por lei. Ainda tentei puxar a saia para baixo, colocar as mãos no colo de modo a tapar, mas os teus olhos teimavam em desviar-se dos meus durante a conversa. 

Pouco tempo depois, já parecíamos dois grandes amigos. Você é muito divertido e fez-me rir e eu já tava falando com você com aquele sotaque doce e envolvente... Até que a sua mão acabou tocando na minha perna... Olhámo-nos e parámos de rir. Pus a minha mão por cima da sua, dando a entender que estava gostando. 

Olhei em redor e os passageiros mais próximos dormiam. Pisquei-te o olho e a tua mão subiu mais um pouco, até ficar debaixo da saia. Sorriste. Mordi o lábio inferior e virei-me para ti. Inclinaste-te para mim e disseste qualquer coisa como "safada gostosa" imediatamente antes de me beijares. Um beijo quente, longo e com sabor  a pastilha de morango. Apalpaste-me a perna e com a outra mão seguraste-me pela nuca de modo a garantir que o beijo molhado se prolongava. Que beijo gostoso, cara! 

Depois do beijo terminado, com um dedo limpei-te o batom vermelho dos lábios e ficámos calados, encostei-me a ti e perguntaste se eu já fazia parte do mile-high club. Desatei a rir porque estava a pensar no mesmo e respondi "Ainda não mas adorava pertencer". Voltaste a pôr a tua mão quente na minha perna morena. Entreabi as pernas e deixei que me descobrisses... Ao mesmo tempo que me tocavas no sexo já húmido, a minha mão alcançava a tua ereção que já denotava querer libertar-se das calças. 

Entre beijos, línguas, mãos e gemidos contidos lá nos decidimos ir até ao WC do avião. Primeiro tu, um minuto depois entrei eu... Tanta era a fome que nem nos queixámos muito do espaço exíguo. Apenas fodemos gostoso e passei a pertencer ao high-mile club, algures por cima do Atlântico!

1. 

Sozinha!

Acordei sozinha. Já tinhas ido embora. 

Não sei porque não ficas a noite toda. 

Gostava de acordar antes de ti e preparar-te o pequeno-almoço. 

Acho que ias gostar de me ver a chegar ao quarto de tabuleiro nas mãos com uma torrada, um café, uns ovos mexidos.

Eu ficava a ver-te comer. 

Contava-te o meu sonho e dizia como tinha sido espetacular a queca de ontem à noite. 

Ias sorrir e ficar com vontade de repetir. 
Gostava de poder fazer amor contigo de manhã, depois de acordarmos. Com o quarto a meia luz. Ainda meio sonolentos e com a bexiga cheia. 

Gostava de tomar um duche contigo antes de irmos para o trabalho e gostava de te ajudar a fazer o nó da gravata ou a preparar-te um lanchinho para comeres a meio da manhã. 
Gostava que não tivesses de voltar para casa à pressa, a meio da noite, depois das nossas fodas maravilhosas. 

Gostava que não tivesses de voltar para a tua querida mulher. Porque no fundo eu é que deveria ser a tua mulher e não só a amante... 

Pensa nisso!

You can leave your hat on

_Despe-te! - ordenaste num tom de voz sério e autoritário. A música de Joe Cocker ouvia-se... "You can leave your hat on"...Cumpri. Devagarinho. Muito devagarinho e sem tirar os meus olhos dos teus, comecei a desapertar os botões da camisa. Sentado à minha frente pegaste no telemóvel e começaste a filmar. Eu sorri e, dançando ao ritmo da música continuei a satisfazer o teu pedido... 

Virei-me de costas para ti e deixei deslizar a camisa pelos meus braços até cair no chão. O diminuto soutien vermelho de renda ficou à vista. Virei-me de novo para ti e reparei na tua excitação já bem visível e a querer rebentar com o fecho das calças. Grande e arrumado para o lado esquerdo insinuava-se para mim. Agarraste nele e apertaste-o, massajando-o provocadoramente. 

Desapertei o fecho das minhas calças e com os polegares enfiados nas presilhas do cós fi-las descer ligeiramente até soltar as nádegas . Virei-me de costas e da maneira mais sexy que consegui (não sou nenhuma profissional do strip) tirei as calças. Agradeço a mim mesmo ter vestido aquela tanguinha nova hoje de manhã, mas espero que não a rasgues. A música ainda tocava e eu já me sentava em cima de ti, roçando-me ligeiramente, beijei-te e ajudei-te a tirar a camisola.

 Passei as pontas dos dedos pelos teus mamilos e desenhei uma linha imaginária pelo meio do teu abdomen até às calças. Agarraste-me na mão e não permitiste que eu continuasse. "Despe-te miúda! Quero-te pronta para mim..."

Adoro quando és mauzão. Adoro fingir que estou a realizar os teus desejos. No fundo, eu só estou a realizar as minhas fantasias e os meus desejos. Não te esqueças que quem manda aqui sou eu! Continuavas a filmar mas rapidamente te mostrei que queria as tuas mãos em mim. Rapidamente largaste o telemóvel para me pores a vibrar por dentro. 
Espero que não apagues o vídeo. Quero ver mas não mostres aos teus amigos, eu não sou partilhável!

Os opostos atraem-se

Não conseguíamos tirar os olhos um do outro. A sério... Até parecia que nos conhecíamos de algum outro lugar, ou talvez não. Talvez ele achasse piada ao meu ar de miúda rebelde, com cabelo vermelho a combinar com as botas da tropa, meias de rede e os calções curtinhos de ganga deslavada. Eu sei porque eu não tirava os olhos dele. Tinha ar de ser um pai de família, certinho e atinadinho. As suas roupas betinhas impecavelmente engomadas mostravam um corpo de alguém que não vai ao ginásio. O excesso de peso e a barriguinha redonda não o faziam menos interessante e sensual do que os miúdos Prozis que gostam de se passear com t'shirt de manga cava. Antes pelo contrário!      De certeza que ele é daqueles homens que depois de um dia de trabalho se senta no sofá e vê filmes franceses ou então aqueles canais eruditos que falam sobre a segunda guerra ou a queda do muro de Berlim. Eu nunca teria conversa para ele. E ele nunca iria perceber o calão que uso ou acharia piada aos Animes que gosto de desenhar no meu bloquinho de papel pardo. Os meus piercings, nas orelhas, nariz e língua, as minhas inúmeras tatuagens deveriam fazer-lhe confusão. Ou talvez não! Até consigo imaginá-lo a bater grandes punhetas enquanto vê filmes com suicide girls.                              Possivelmente era isso que fazia com que não tirasse os olhos de mim. 20 anos deviam separar-nos e era mesmo isso que me atraia nele. Tinha idade para ser meu pai.  O bar onde nos encontrávamos era frequentado por todo o tipo de pessoas menos por homens betinhos com pullovers da Gant e relógios Timberland. Isso também me intrigou. O que andaria ele ali a fazer? O que procuraria por ali? Não se podia fumar ali dentro por isso, deixei o meu bloco e estojo na mesa e de mochila ao ombro dirigi-me à varandinha virada para uma das ruas mais movimentadas da baixa lisboeta. Ele acompanhou-me com o olhar. Pervert.       Parece que gostou das minhas meias! Nesta altura questionei-me sobre o que lhe passava naquela mente. Estaria a pensar que eu parecia uma puta? Ou estaria a querer comer-me já ali nas escadas do bar? Já lá fora e após o primeiro bafo no meu cigarro, vejo-o a abrir a porta metálica e a tirar do bolso das calças um maço de tabaco de uma marca bem mais cara. Adivinhei o que iria fazer a seguir. Dirigiu-se a mim e pediu-me lume. Há muito isqueiro a gabar-se de ter sido a razão de muitos inícios de conversas. Inícios de quecas também. Estava vento e tornou-se difícil o senhor betinho acender o seu cigarro.                                        Eu já me ria da situação e notei o embaraço de alguém que não está habituado a ser o centro das atenções. Mas agora era. Conversámos durante a tarde toda. Entre cigarros e Coca-Cola. Entre confissões e provocações lá me apercebi que o betinho procurava companhia. Por uma noite ou para a vida. Fiz-lhe companhia por umas horas. Disse-lhe que a minha aparência não era indicador de nada e ele percebeu. Pediu desculpa! Percebeu que se havia enganado. Entendeu que eu não iria dar uma queca com ele em troca de dinheiro ou de uma noite bem passada num hotel luxuoso de 5 estrelas. Eu também entendi a razão da sua solidão.         Era tímido, inseguro e inexperiente na arte de engatar. Mas eu gostei dele. Os opostos atraem-se. Continuámos a rir, a beber Coca-Cola e a fumar cigarros. Continuei a olhar para ele com vontade de me sentar ao seu colo e dar-lhe um beijo. Ele continuou a comer-me com o olhar. Trocámos contactos e nos meses seguintes não voltámos a estar juntos. Mas ele sabia escrever. Tinha no poder da palavra escrita o que não conseguia transparecer em presença. Ficou a ser o meu amante virtual. O meu fuck buddy via net. Muito sexo fizemos sem nunca nos tocarmos. Eu chamava-lhe Daddy e ele chamava-me miúda. Até que os seus silêncios começaram a ser prolongados.                                           Deixou de responder aos meus bons-dias. Deixou de me mandar fotos do nascer do sol que via do seu apartamento na Lapa. Não insisti mais, mas tinha saudades dele. Deixei de ser divertida? Deixei de ser novidade? Passei a ser uma miúda chata cujas conversas cheias de calão e ashtags deixaram de fazer sentido? Hoje de manhã tudo passou a fazer sentido quando recebi uma mensagem dele. Depois de ler e reler em voz alta as suas palavras, chorei de emoção. Estava a apaixonar-se por mim e achava que nunca ia ser correspondido, por isso o seu afastamento. As nossas inúmeras conversas também me tinham deixado de coração mole...                              Afinal ambos queríamos passar das palavras aos atos. Foi nesse dia a nossa primeira queca. O nosso primeiro encontro amoroso com direito a beijos melosos, a mãos curiososas, a gemidos estridentes. Gostávamos um do outro apesar de sermos de mundos opostos e de idades diferentes. Essa foda foi apenas a primeira. Ele era um amante como há poucos. Sabia onde me tocar. Sabia o que me dizer. Lia a minha mente e deixava-me de rastos sempre que estávamos juntos. Mas como é normal, tudo acaba... Seis ou sete meses de quecas quase diárias desgastaram a relação.                               Acabou a paixão e não havia amor. Nunca seria uma relação "até que a morte nos separe". Foi uma relação "até que a tesão se acabe".  Hoje ele está casado e com um filho bebé nos braços! Fico feliz por ele, muito feliz mesmo!  E eu? Eu continuo a desenhar Animes, a beber Coca-Cola e a fumar cigarros de marca barata. Os meus isqueiros continuam a acender cigarros alheios e a serem desculpa para um início de uma boa conversa. Ou de uma boa queca.