terça-feira, 23 de julho de 2019

Banda de garagem


Não era um espaço onde me apetecesse dar uma quəca, mas era o que tínhamos. Levaste-me para a tua garagem com o pretexto de me mostrares o teu novo banco para a bateria, mas nem tu nem eu estávamos agora a pensar em música.
Assim que fechaste a ruidosa porta metálica ligaste a velha aparelhagem e passámos a ouvir AC/DC. 
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Aproximámo-nos e o tão ansiado beijo surgiu. Brincámos com as línguas e as nossas mãos entrelaçaram-se. Encostaste-me a uma parede e começaste a beijar-me o pescoço e a passar a língua, provocando-me arrepios pelo corpo todo. 
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As tuas mãos alcançaram as minhas mamas apertando os mamilos que já ansiavam pela tua língua. Despimo-nos rapidamente e sentaste-te no banco por trás da tua bateria. Pegaste nas baquetas e fizeste um pequeno solo a tentar acompanhar "back in black". Sorri para ti. Aproximei-me e a teu lado agarrei no teu pau e viajei por ele com a mão, suavemente. Falhaste uma nota. Baixei-me e a mão deu lugar à minha boca. Com os lábios apertados em redor dele acompanhei o ritmo das batidas até que paraste de tocar. Atiraste as baquetas para o chão e agarraste-me na cabeça. Ajudaste-me a perceber o ritmo certo. O teu pau estava duro e vibrante mas pediste para parar. 

Trocámos de lugar, sentei-me de pernas abertas e pedi que te ajoelhasses. Com um ritmo frenético a tua língua brincou com o meu clitöris levando-me a gemer alto. Pedi que me f0desses e num ápice estavas dentro de mim, numa posição desconfortável para ambos. Mordiscaste-me os mamilos, sugaste-os e com a língua contornaste-os como se fosse um carrossel. Gritei de prazer, gemi o teu nome e sorvi a saliva que crescia na minha boca. Que excitação.
Licking nipples.

 Já ouviamos "highway to hell" quando me levantei e apoiei as mãos na parede e um joelho no teu banquinho novo. Que bela estreia esta! O rabo empinado era o convite para me f0deres por trás. Com uma das baquetas na mão deste-me uns três ou quatro açoites no rabo, antes de meteres o teu pau. "Ahhh, caralh0" gritei. 
fucking from behind
Com dificuldade para me manter equilibrada perante as tuas investidas brutas, pedi para me foderes com mais força. Queria sentir o orgasmo que estava prestes a chegar. Agarraste-me no rabo e as últimas estocadas rápidas e curtas levaram-nos ao prazer máximo...

 Senti o teu líquido quente a escorrer para fora e quase sem forças pus a mão na cona húmida para não escorrer e manchar o teu banco novo.
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sábado, 20 de julho de 2019

Realidade ou ficção

Eu estava despida e sentada num chão frio e imaculadamente branco quando acordei. As costas apoiavam-se numa parede de vidro frio. Olhei em volta e reparei que estava presa num género de tubo de vidro com pouco mais de metro e meio de diâmetro. Assustada e sem perceber onde estava levantei-me e comecei a bater no vidro. Gritei e pedi por socorro. Havia uma luz forte e branca sobre a estrutura de vidro que me impedia de ver o que estaria do lado de fora. Cada vez mais assustada bati no vidro com força, rodei sobre mim mesma tocando com ambas as mãos no vidro, batendo e empurrando, tentando descobrir uma porta, uma saída...        
Mas nada. Estava encurralada e o vidro parecia impossível de quebrar. Comecei a chorar e tentei perceber o que se havia passado. Ainda há pouco estava na minha cama a ver um filme de ficção científica e devo ter adormecido. É isso, devo estar a dormir. Belisquei-me no braço, esbofeteei-me nas faces e doeu. Não estava a dormir. Era real, mas que realidade era esta? Sentei-me o chão, encostei os joelhos ao meu peito nu e agarrei as pernas contra o meu corpo despido e frio. Fechei os olhos e comecei a rezar, pela primeira vez na vida pedi algo a Deus, e caso ele exista poderá ser a minha única solução.     
Neste momento sinto movimento no exterior da minha redoma, olhei em volta e fiquei boquiaberta com o cenário que se apresentava ao meu redor. Vários seres aproximaram-se lentamente do vidro. Fiquei mais assustada que nunca. Eram seres não humanos. Sem roupas. Pele branca como uma folha de papel, lisa e brilhante. Não lhes conseguia ver a cara por causa da luz forte, apenas pude observar com atenção os seus corpos. Eram 6, todos iguais. Pernas e braços esguios e longos. Os pés eram semelhantes aos nossos mas sem dedos, nem unhas. Nem sei como consegui registar tudo isto tal era o meu horror perante a situação.              
Senti muito medo. O que me iriam fazer? Voltaria a ver a minha família? Os meus amigos? Sairía dali viva? Recomecei a chorar assim que vi, todos eles ao mesmo tempo a exibirem o seus membros sexuais, que se encontravam previamente recolhidos por entre as pernas. Num instante seis grandes membros sexuais, em tudo semelhantes aos dos humanos, com exceção da cor e do tamanho, brancos e enormes em comprimento e diâmetro, começaram a roçar e bater no vidro, que era a minha única proteção contra aqueles seres horríveis. Todos ao mesmo tempo agarraram nos seus gigantescos paus e iniciaram uma masturbação, em tudo semelhante à dos homens.                                  
Usavam ambas as mãos, também semelhantes às nossas, mas maiores e sem unhas. Percorriam o gigantesco pau, da base até à ponta e, por vezes passavam com ele pelo vidro, bem perto da minha cara... Fechava os olhos e só queria que aquilo acabasse. Eu estava ali nua, desprotegida e à mercê daqueles seres. Seria violada? Iriam rebentar comigo num instante! Poderia ficar grávida de um ser extraterrestre?? Correram na minha mente episódios antigos dos "ficheiros secretos" e fiquei ainda mais horrorizada. De repente, ouvi uma voz vinda de dentro de mim.                                                    
Não era a minha voz, mas um sentimento de submissão surgia em mim, perante aquela voz. Senti-me controlada por ela. O que ela me dizia não fazia sentido mas impelia-me a tocar-me. Não consegui não cumprir. Então, sentada no chão imaculadamente branco abri as pernas e toquei-me, estava húmida e excitada. A voz obrigava-me a tocar nas minhas mamas e a apertar os meus mamilos enquanto os meus dedos me penetravam e acariciavam o clitóris. "Vem-te já..." ecoou a voz nos meus ouvidos. Estranhamente atingi de imediato um orgasmo fora do normal, com um nível de prazer sobre-humano.                                                    
Nesse momento os seres aproximaram-se do vidro e pelos seus paus gigantescos expeliram um líquido transparente e viscoso, contra o vidro que me rodeava. O líquido escorria lentamente até ao chão, ao mesmo tempo que os 6 seres foram recuando em direção à sombra. Deitada no chão, a recuperar do cansaço ainda consegui vislumbrar as primeiras gotas a tocarem no chão e a evaporarem-se num fumo branco... Perdi os sentidos e só acordei na minha cama, com a janela aberta... Doutor, eu sei que não estou louca... Eu fui levada por extraterrestres e temo pela minha saúde. Gostava que me examinasse, poderei estar a gerar um ser dentro de mim, ou... "Pois, pois, acredito... Vou só receitar-lhe muito descanso... E não se esqueça de fechar a janela antes de ir dormir."                                               

domingo, 14 de julho de 2019

Mais do que amigas...


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Hoje era o dia combinado para o nosso programa sem namorados. Infelizmente, chovia bastante e o nosso passeio por Belém estava a ser molhado, literalmente. Já nos ríamos, agarradas uma à outra, encolhidas e curvadas sob o teu guarda-chuva pequeno e vermelho, a tentar não pisar nas poças de água, que já quase formavam um rio nas estradas. Uma rajada de vento mais forte acabou por danificar o guarda-chuva e acabou num caixote do lixo. Fez companhia a mais dois que já lá estavam e se não fosse o temporal teria tirado uma foto à threesome de guarda-chuvas que poderia vir a acontecer naquele recipiente. Abrigámo-nos na entrada dos "Pastéis de Belém" que estranhamente estava vazio. Podíamos ter ficado por ali mas lembraste-te que não conhecias o antigo museu dos coches. Encaminhámo-nos para lá, assim que a chuva abrandou.Ajudaste-me a despir o casaco encharcado, alisaste-me o cabelo despenteado e húmido e nesse momento, quando, frente a frente me colocavas uma mecha de cabelo teimosa para trás das costas, senti um frio na barriga.  
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Estavas a morder o lábio inferior e isso só quer dizer uma coisa... Ajudei-te a despir o teu e enxotei as borboletas parvas que teimavam em remexer-se na barriga. Não são horas para pensar em sexo, miúda, não aqui e não com ela, pensei para comigo. Deixámos os casacos na entrada do museu e entrámos lado a lado deslumbradas com a beleza do edifício antigo e apesar de precisar de umas obras de recuperação, mantinha os traços antigos e clássicos. Em voz sumida disseste "uauuu, consigo imaginar-me com um vestido daqueles a subir para um destes coches..." Apontaste para uma tapeçaria e logo depois para um dos primeiros coches em exposição. Imaginei a situação caricata, com um sorriso nos lábios. Fomos andando devagar, apreciando a arquitetura neoclássica do antigo picadeiro real. O museu estava quase vazio, apenas lá estava um casal com duas crianças pequenas que corriam pelo espaço, e um senhor elegantemente vestido que ostentava  a sua Canon EOS5DS pendurada ao ombro.           
Subímos às galerias, um género de varandim que contorna todo o espaço e observámos com atenção as tapeçarias antigas e os quadros alusivos à arte equestre. Todo o ambiente transportava-nos ao reinado de D.João VI e em menos de nada já nos sentíamos umas damas esbeltas, de cintura afinada pelo espartilho apertado demais, que afinava a cintura e evidenciava a os peitos. "Miúda, para mim aqueles decotes que usavam eram de uma grande sensualidade. Acredito que as damas e as suas aias tinham grandes momentos de loucura entre quatro paredes." disseste com ar malandro. Desatei a rir, virei-me de costas para ti e com voz emproada: "Josefina, desaperte-me o corpete que eu já estou com os calores..." Senti as tuas mãos na minha cintura "Mas minha senhora, ainda tem de ir ao banquete logo à noite, não pode descurar da sua imagem" e deste-me um apalpão "inocente" no rabo. As nossas gargalhadas ecoaram pelo espaço e espreitámos pelo varandim em busca de faces iradas pelo barulho provocado pelo nosso comportamento infantil.           
Apenas o homem da máquina fotográfica é que pareceu não se incomodar com a nossa expressão de felicidade, mas olhava para nós com um ar divertido e curioso.
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Continuámos a percorrer a galeria em silêncio e apenas se escutava o som dos meus sapatos de salto alto, pouco apropriados para dias de chuva e pisos de pedra mármore antigas, desniveladas e gastas.
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 Coloquei o meu braço no teu ombro para me equilibrar e com rapidez rodeaste a minha cintura com o teu braço e puxaste-me para ti sussurrando-me ao ouvido "Esses sapatos, essa saia travada e essas pernas  seriam um ultraje na altura, mas hoje servem apenas para me provocar..." Terminaste com um beijo silencioso na minha face e a tua mão desceu ligeiramente até à curva do meu rabo. As borboletas fizeram xixi, só pode. As pernas tremeram, e não foi por causa dos saltos. A minha respiração acelerou rapidamente e o coração iniciou uma corrida desenfreada, sem saber qual o caminho a seguir. Prosseguimos em silêncio, fingindo que observávamos com atenção os quadros, mas na minha mente apenas surgia a palavra "quero-a".             
Já no piso inferior e bem no fundo da galeria,agarraste-me na mão e colocaste-te à minha frente. Sorriste e eu devolvi um sorriso tímido. Senti um calor a invadir-me a face. Corei! Com a mão livre tocaste-me ligeiramente na face, e contornaste os meus lábios. Fechei os olhos e nesse momento, senti os teus lábios nos meus... O beijo foi rápido, a medo, quase infantil... Abri os olhos e tu de cabeça baixa, pediste desculpa. Olhei em volta, procurei um sitio onde te pudesse mostrar que não devias pedir desculpa. Puxei-te pelo braço, encostei-me ao canto do salão e puxei-te para mim. O segundo beijo teve outra intensidade. Outro sabor. O teu sabor. Sabor a bâton e ao cheiro feminino que subia do teu pescoço. As nossas línguas suavemente procuraram-se. 
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Com as mãos agarrava-te na nuca que o teu cabelo curto deixava à mostra. Apanhei-te desprevenida, não esperavas esta resposta da minha parte, portanto demoraste uns segundos a reagir. Finalmente as tuas mãos ganharam vida e alcançaram as minhas ancas.       
Apertaste-me com força e gemeste ligeiramente quando desencostei as nádegas da parede fria e pudeste segurar, de mãos bem abertas, o meu rabo. 
you-me-her
Neste momento, terminado o beijo e de testas encostadas, respiração ofegante, passei a língua pelos meus lábios, deste uma gargalhada nervosa e disseste "Anda comigo, confia em mim". De mãos dadas, passámos a proteção de corda grossa e vermelha que protegia a carruagem mais próxima. Com um dedo sobre os lábios, fizeste-me sinal para não fazer barulho e ali soube que íamos viver uma grande aventura. A adrenalina corria nas veias, quando, de costas encostadas à carruagem a rodeámos sorrateiramente e esgueirámo-nos para o seu interior. Nem os sapatos de salto alto me impediram de ser ágil e rápida a subir os estreitos degraus. Já lá dentro, contemplámos por instantes o requinte dos veludos cor-de-vinho dos estofos dos assentos, as cortinas da mesma cor debruadas a dourado, a madeira trabalhada... Pelas janelas conseguíamos ver se alguém se aproximasse, por isso sentíamo-nos seguras, apesar de sabermos o risco que corríamos.          
Sentadas no chão de madeira envernizado, frente a frente, sorrimos e voltámos a beijar-nos e a deixar que as nossas mãos percorressem os nossos corpos excitados. As tuas maminhas arrebitadas há muito que chamavam por mim. Passei os dedos pelos teus mamilos e encetei uma descida vertiginosa com a língua pelo teu pescoço. A tua respiração alterada dizia-me que querias mais, as tuas mãos despenteavam-me e mostravam-me o caminho para o teu decote. Desajeitadamente desabotoei 2 ou 3 botões da tua blusa preta e pude ver o soutien sensual de renda preto, e através da transparência da mesma pude vislumbrar o circunferência perfeita e rosada do teu mamilo... Sorvi a saliva que a minha boca produzia. Afastei-me ligeiramente para guardar na memória aquele quadro, aquela cena. Tu, de cabeça apoiada no assento vermelho, os teus cabelos negros evidenciavam ainda mais a beleza do teu rosto. A boca semi-abertas, de lábios finos mas bem desenhados, os olhos brilhantes e escuros...   
 Voltei a beijar-te ao mesmo tempo que, com perícia soltei uma mama que parecia ter sido feita para caber na minha mão. Senti o teu mamilo, carnudo e da tua boca passei num ápice para ele. 
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Sem nunca desviar o olhar do teu rosto, brinquei com ele e as tuas reações de prazer, desencadearam em mim uma torrente de prazer líquido que humedeciam a minha roupa interior. Com a outra mão toquei-te no sexo, pressionei e friccionei exatamente como gosto e tu estremeceste, deixando escapar um gemido saboroso. Em pouco tempo estavas a empurrar-me para o outro banquinho e a minha saia subiu até à cintura. Com as pernas já libertas de collants, senti a tua mão hábil e quente no meu sexo. Mordi um dedo para evitar os gemidos e ainda consegui observar-te nos primeiros momentos após o toque dos teus lábios e língua no meu clitóris. As sensações arrebatadoras que o teu toque me provoca levaram-me a fechar os olhos e inclinar a cabeça para trás, permitindo-me sentir-te. Os teus dedos entravam também em mim e a loucura daquela situação aliada à tua competência exemplar na arte de lamber deixavam-me à beira de um orgasmo.    
Ao perceberes que o momento era para breve aumentaste a pressão da língua e eu ajudei com movimentos de anca até rebentar na tua boca num orgasmo silencioso e histórico. As sensações pulavam rapidamente de célula em célula, até que abri os olhos e percebi que estávamos a ser observadas.
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 Fuck! Na janela traseira da carruagem estava o sr. da Canon, a olhar para nós. Apressei-me a baixar a saia e avisei-te quase gritando, esquecendo-me que não deveríamos fazer barulho. Em 30 segundos o engravatado esgueirou-se para o interior. "Este é o nosso segredo, meninas." Ao ver as nossas caras de assustadas, rematou "Estejam descansadas, eu gosto de ver, apenas. E vi tudo. Queria agradecer-vos o excelente momento que me proporcionaram..." Nós olhávamos atónitas para ele e ainda incrédulas com o desenrolar da situação. No entanto, acabámos por sorrir quando, lentamente o sr.voyeur desabotoou o casaco e mostrou a mancha húmida e esbranquiçada que se fazia notar exatamente abaixo do cinto de cabedal...                        

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Meu rico S. João

O cais da Ribeira estava lindo como sempre. Mas no S. João há mais cor, mais vida e transforma-se assim no cenário perfeito para momentos descontraídos entre amigos. O cheiro a sardinha e a bifana, o som da música popular, as gargalhadas dos convivas alcoolicamente bem dispostos deixam-me também animada e divertida. O fresco da noite é controlado pelo casaquinho de ganga que me emprestaste e que apertaste cada botão com carinho e muito mel. O que tu queres sei eu. Somos amigos coloridos há vários anos. E temos uma cumplicidade sexual... Não é preciso falar. Ambos sabemos quando vai acontecer.                 
De martelinho azul na mão, insistias em fazer trocadilhos com a palavra "martelar" e bujão. Eu ria e provocava-te esticando o dedo do meio ao mesmo tempo que emborcava mais um fino. Riamos a bom rir e foi nesse momento que disseste que estavas com tesão, tínhamos de arranjar um sitio para uma rapidinha. "o quê, caralho, tu não me" debes" tar a "ber" bem..." Rimos ainda mais pois conheces-me bem e sabes que a palavra" rapidinha" é o meu middle name. Bebemos mais uns finos enquanto percorriamos a ribeira de uma ponta a outra várias vezes.                     
Encontrámos amigos que nos pagaram mais uns finos e foi assim, muito mais bem dispostos que resolvemos desaparecer por uma ruela com pouca gente e mal iluminada. Não somos namorados porque gostamos de estar com outras pessoas. Não somos namorados mas damos mais quecas que muitos casais... Enfim... Hoje não ia ser diferente. A excitação era já muita e o álcool deixa-me desinibida, não é que precise, mas fico mais descontraída e vale tudo. Deste-me a mão, e puxaste-me pelas ruelas acima sempre à procura de um sítio escuro onde pudéssemos despejar as nossas vontades.    
Acabei por ser eu a descobrir uma porta entreaberta de uma casa abandonada. Entrámos a medo mas descobrimos um pequeno pátio exterior iluminado pela  lua brilhante, um sitio decente para a nossa queca. Agarrei-me a ti a rir e senti-me apoiada e protegida no teu corpo alto e braços fortes. Beijámo-nos longamente e os risos deram lugar aos gemidos. Os meus, os teus. As nossas mãos procuraram os nossos pontos fracos. Ou serão os pontos fortes? Houve estimulação rapida de mamilos, reconhecimento de costas e nádegas... E quando senti os teus lábios no meu pescoço senti também as minhas cuecas humedecerem.                
Conheces-me tão bem. Sabes como me deixar louca de tesão. Mas desta vez queria ser eu a deixar-te louco. "Espera, pára, pára..." afastei-me de ti, dei-te um ligeiro empurrão e olhei-te nos olhos. Ficaste com um ar preocupado: "O que foi miúda?? tentaste puxar-me de novo para ti e eu sorria enquanto procurava uma coisa na mala.
" Tenho uma surpresa para ti, lembraste de te falar no halls preto??.. " Dito isto, mostro-te o pequeno rebuçado refrescante que é muito mais do que um rebuçado. Coloquei-o na boca e sorrimos. Aqueles sorrisos malandros...
Voltámos a aproximar-nos e os beijos eram agora refrescantes. O rebuçado viajou pelas duas bocas e com precisão e rapidez despertei-te as calças e o fecho. Precisava soltar a tua excitação. "Vamos lá verificar se é mito ou realidade"... Fiquei de cócoras à tua frente e o luar fez brilhar o teu pau que já escorria para mim. Agarrei nele e senti a dureza. Nunca desiludes. Dei-lhe uma primeira lambidela e percebi que não ia ser fácil manter o halls na boca e mamar ao mesmo tempo. Há toda uma técnica mas "eu consigo"...               
Iniciei as viagens de vai e vem, as massagens nos testículos e assim de repente manifestaste-te "Ahhhhhh, estou a sentir. Isso é brutal..." Adorei a tua reação... Os teus gemidos. Agarraste-me nos cabelos. Disseste uns palavrões e coisas sem nexo. "Hummm... Também quero sentir essa merda caralho..." Levantei-me e passei o rebuçado para a tua boca. Levantei a saia, baixei as cuecas, tirei-as e ficaram ali no chão. Encostei-me a um velho tanque de lavar a roupa transformado em vaso. Toda eu era tesão : " baixa-te e come-me caralho..." Ofereci-me toda. Sem reservas. Sou sempre toda tua e hoje mais ainda.         
A tua língua conhece-me como ninguém. Escorrega pelos meus caminhos sem pedir licença. Vai entrando como se fosse da casa... Mas hoje, foda-se, hoje foi algo fora do normal. De repente comecei a sentir um misto de entorpecimento, frescura e formigueiro.... Os meus gemidos ecoaram pelo casebre... Um gato assanhado saltou do telhado e assustou-nos. Mas não paraste. De joelhos no chão e cara encostada a mim, a mão direita no teu pau, para manteres o nível... Quem nos visse iria vislumbrar um bonito quadro erótico e ficaria a observar de longe. Esperaria decerto pelo culminar daqueles dois amantes esfomeados e tesudos. Sentei-me no tanque e de pernas abertas pedi para me foderes. Abracei-te quando entraste em mim.   
Já não havia rebuçado... mas toda a minha cona gritava por um orgasmo. Investiste em mim. Martelaste até bem fundo. Os nossos olhares lascivos e animalescos denunciavam a chegada do prazer maior. A festa de São João faz-se também nas casas abandonadas. E um pouco antes de darmos os últimos gemidos de prazer ouviu-se o primeiro pumm... E o átrio iluminou-se. Luzes verdes e vermelhas iluminaram o nosso orgasmo. Coloriram os nossos esgares de prazer e os rebentamentos fizeram concorrência aos nossos gemidos de prazer extremo. De mão dada voltámos para a festa e observámos abraçados o fogo de artifício, enquanto gotas de ti escorriam lentamente pelo meio das minhas pernas.       


quinta-feira, 11 de julho de 2019

Danos colaterais


Coloquei os óculos de visão noturna e ajeitei o capacete. "Vou avançar meu sargento. Cubra-me!" Gritei já de costas para ti, exatamente antes de pular e sair da trincheira que nos protegia do inimigo e iniciar uma das corridas mais difíceis da minha vida. De M4 em riste, dedo no gatilho e com o coração na boca, só pensava que não queria morrer, não nesta guerra... Pelo caminho deserto de vegetação, mas fértil em corpos estropiados e sem vida, lutei pela minha. Tenho a certeza que aviei uns quantos pelo caminho. Não ficava feliz por isso, mas era morrer ou matar. Eu escolhia sempre a segunda opção. O som das rajadas de metralhadora ainda hoje me soam aos ouvidos, sempre que fecho os olhos à noite. Não pelo barulho mas pelo facto de termos perdido imensos camaradas, nesta emboscada mortal. Os gritos humanos de dor eram indescritíveis e torturavam-me os ouvidos numa luta perversa com o som dos tiros que silvavam ao cortar o ar. Éramos muitos. Ficámos tão poucos. Eu continuava a correr. Veloz, com uma imensa adrenalina a correr-me nas veias.
Até que o oxigénio inspirado deixou de ser suficiente e as minhas pernas começaram a fraquejar. "Caralho... Onde está a merda da outra trincheira? “ Pensei ou gritei, nem sei. Naquele momento achei que não me conseguiria salvar. Caí ao chão. Tropecei num corpo. Olhei em volta não se via viv'alma. Tentei levantar-me mas senti náuseas ao reconhecer o corpo em quem tropeçara. Foda-se, pobre miúdo... Levantei-me sem forças, apoiando-me na espingarda mas voltei a cair, de bruços e cara na terra húmida. Ouvi passos, alguém a correr, perto. Os meus olhos foram fechando. Não, não posso morrer... Seria a minha última visão, a cara sem vida daquele miúdo? Perdi os sentidos, mas ainda escutava os passos cada vez mais perto, mais perto... Quando recuperei as forças, abri os olhos e vi o mundo de pernas para o ar. Não percebi logo, mas levavas-me nos ombros, exatamente como tínhamos praticado na recruta, e em passo de corrida. Ouvia os tiros a rasarem os nossos corpos. Irias conseguir proteger e salvar-me? Voltei a fechar os olhos mas desta vez com a certeza que ia tudo ficar bem.    
Nem o desconforto dos constantes abanões ao meu corpo inerte, provocado pela tua corrida em busca de nova barricada, me coibiram de voltar a perder os sentidos. Voltei a recuperá-los já na trincheira, com cerca de dois metros de profundidade e com munições suficientes para nos defendermos até sermos resgatados. Estavas debruçado sobre mim e repetias "soldado, soldado... estamos a salvo. Abra os olhos soldado, é uma ordem". A tua mão batia insistentemente nas minhas faces quando abri os olhos. A visão era quase nula, já não tinha os óculos e o capacete. Não fosse a lua e eu não veria o teu sorriso de alívio por me veres despertar. Agarrei-me ao teu pescoço e puxei-te para mim. "meu sargento... aquilo foi mau, muito mau.... Eles estão mortos. Todos mortos! “ Encetei um choro descontrolado. Eles não voltariam para casa. Solucei. "Meu sargento, o-obrigada! Salvou-me e eu não sei como agradecer! " Ao ouvido sussurraste-me palavras de consolo "Soldado, vai ficar tudo bem! A sua coragem... Soldado... Estou orgulhoso, tão orgulhoso". Afastaste-te ligeiramente para me olhares nos olhos pejados de lágrimas.  
Passaste os polegares nas minhas faces de modo a secá-las e olhámo-nos profundamente durante longos segundos. As lágrimas caiam à mesma, mas os tiros havia cessado. Também nas tuas faces rolaram algumas. Voltaste a abraçar-me. Elevei-me ligeiramente e senti a força do teu abraço que transmitia carinho e paz. Senti-me em casa. Afastei-me ligeiramente, sentei-me da forma mais confortável possível e perguntei-te: "Quanto tempo temos até nos salvarem, meu sargento? “ Sorriste e começaste a tirar a mochila das costas. Encostaste-te a mim e à parede de areia enquanto massajavas os ombros doridos.... "Descanse soldado, eles sabem a nossa localização exata. Até ao amanhecer, seremos resgatados." Descansei a cabeça no teu ombro, coloquei a mão na tua perna, dei-lhe uma palmada ligeira e sorri dizendo "Então temos tempo, meu sargento" Olhaste para mim e perguntaste com um ar curioso "Soldado, não percebi. Temos tempo para quê? “ Com o meu ar de miúda rebelde" apenas respondi "Para isto, meu sargento".      
Num gesto repentino sentei-me em cima de ti, agarrei-te no pescoço e sem demoras mergulhei em ti num beijo profundo e quente. Senti as tuas mãos agarrarem na minha cintura e depois no meu rabo. Ambos precisávamos de paixão e de sentir a euforia, que não fosse associada ao medo e ao pavor de morrer. Ambos precisávamos de amor! E merecíamos! Era a melhor forma de comemorar a vida! Puxavas-me para ti com medo que eu mudasse de ideias. Como se isso fosse possível. O beijo carnal, lascivo e animalesco denunciava o prazer que sentíamos. O meu coração galopava  à velocidade que há pouco usara nas pernas para sobreviver. A fome que tínhamos não era só de comida caseira e quente. A fome de sexo era também já muita e as emoções complexas que não sabíamos controlar levavam-nos a este inevitável desfecho. Com rispidez e ganas de me teres, desapertaste a minha camisa, enquanto eu soltava o meu cabelo longo e escuro. Ias ter-me como uma mulher e não como soldado.    
O top verde  justo ao meu corpo com suor de medo e de adrenalina deixava vislumbrar os mamilos eretos e com vontade de serem tocados. Olhaste para eles, pegaste-me numa mecha de cabelo, passando os dedos por todo o comprimento. Tocaste-me no pescoço, sem pressa, percorrendo depois o contorno da mama até chegares ao mamilo. Apertaste ligeiramente ambos e eu soltei um suspiro de prazer  há muito contido e reprimido. Alcancei o cós do top e tirei-o num gesto rápido e provocador. Fechei os olhos e senti os teus lábios, a tua língua nas minhas maminhas arrebitadas. Por momentos o cenário de guerra que nos rodeava, desvaneceu, evaporou-se e transformou-se num paraíso carnal de prazer. Já não pensávamos, só o instinto geria os nossos movimentos e sensações. Deitaste-me de costas na areia e entre beijos, gemidos e olhares profundos descalçaste-me as botas, despiste-me as calças... Observaste-me com prazer e desejo. Enquanto, de joelhos na areia, desapertavas a camisa, o cinto e as calças disseste" Soldado, que visão maravilhosa estou a ter... És tão bonita! “          
Deixei escapar uma gargalhada e puxei-te para mim. "O meu sargento também não está nada mal!" Deitado sobre mim e apoiado nos antebraços, sorriste e provocaste-me roçando-te em mim. Os nossos sexos tiveram assim o primeiro contacto e enquanto nos beijávamos passeei as minhas mãos pelos teus ombros e costas. Alcancei o teu rabo e forcei-o de modo a sentir-te no meu clitóris que já estava inchado de tanta excitação. Finalmente tirei as cuecas, com a tua ajuda e pedi baixinho "Foda-me, meu sargento!" Antes de o introduzires em mim respondeste "Não costumo aceitar ordens de soldados, mas neste caso é inevitável..." E deixaste-o escorregar dentro de mim. Olhos brilhantes e em permanente contacto, faces sujas mas rosadas e bocas semi-abertas como que a quererem saborear o momento. O primeiro gemido depois da primeira estocada é sempre o mais profundo. Normalmente denuncia a qualidade do momento que se segue. Ambos gememos de prazer intenso e guardado há meses nas nossas gargantas. O tempo que demorámos naquele ato de paixão e de tesão não sei precisar.  Sei precisar que foi o melhor tempo passado naquela guerra desumana. As estocadas fortes foram aumentando à medida que a excitação crescia ainda mais. Continuaste em cima de mim, peito com peito, as minhas pernas enroladas em ti e o contacto permanente dos nossos sexos húmidos. O som do sexo selvagem, do movimento repetitivo do contacto dos dois corpos era, por certo, ouvido fora da nossa barricada protetora, mas nem isso nos passou pela cabeça. Agarraste-me nas mãos, entrelaçámos os dedos e elevaste-me os braços acima da cabeça. O contacto prolongado do meu corpo nu, e agora das mãos, na areia não foi, na altura, um problema, pois os sentidos estavam concentrados nas sensações. A dopamina libertada nos corpos desprezava qualquer outra sensação que não fosse bem-estar e euforia. Numa corrida louca para o orgasmo aceleraste as investidas em mim até atingirmos a felicidade louca e imensurável que é um orgasmo há muito reprimido.De olhos fechados e com as respirações descontroladas, espasmos de prazer invadiram-nos os corpos acompanhados de gemidos e esgares faciais, que em nada são encenados, previstos ou treinados. A natureza assim o impõe.                  De mãos dadas, deitados, lado a lado, de costas no chão que foi testemunha da nossa paixão, sorríamos de felicidade. A droga tem um efeito semelhante ao do orgasmo. Tudo é felicidade, tudo à volta deixa de ter importância e o mundo é cor-de-rosa. Ao longe escutámos o som inconfundível das pás do helicóptero a cortar o ar. Íamos ser resgatadis. O sol estava a nascer e nós estávamos a voltar à realidade da guerra, das mortes, do sofrimento. Mas nunca nos iríamos esquecer daquele nosso momento de paixão, que em cenário de guerra nos deixou em paz e rendidos um ao outro...