terça-feira, 28 de abril de 2020

Histórias da Alexia não são histórias de encantar



Olha que novidade!!! Também já estou a bombar no youtube! Quer dizer, não é bem bombar bombar... Comecei agora com um vídeo mixuruca de 15 segundos só para fazer aquele tease básico, sabem? 

Eu sei, eu sei o que vocês estão a pensar... Como é que ela vai fazer isso? Vai aparecer em frente a um microfone a ler os contos, com uma voz sensualona e olhar de matadora? Nahhhh, esquuçam lá isso. No fundo, não sei bem como o fazer mas há videos bem interessantes sem ter de mostrar a minha carinha laroca. Vai ser uma aprendizagem!

Bem, não me desiludam, conto convosco para serem os meus primeiros subscritores no canal. Beijosssss

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Lisboa deserta



As ruas de Lisboa estavam desertas. Os transportes tinham apenas um ou dois passageiros. Os ruídos normais do trânsito e das vozes das pessoas deram lugar ao chilrear dos passarinhos ou à dança que as folhas das árvores fazem com o vento. Estamos a apertar as medidas de contingência para evitar ainda mais os contágios mas eu tenho de fazer esta mesma viagem 3 vezes por semana. Este trajeto que eu tão bem conheço. Casa – supermercado – farmácia – casa da mãe – casa da avó, ali bem perto dos Olivais. Fico sempre à porta de cada uma delas, após deixar os sacos das compras, mando beijinhos pelo ar, e digo-lhes que se cuidem e que tenham paciência que isto em breve vai acabar... Elas sorriem, mais a minha avó que a minha mãe, que sempre foi uma resmungona e pessimista. “Ó Alexia, trouxeste-me o álcool-gel como eu pedi?”. “Não havia, mãe. Está esgotado. Lava bem com água e sabão. É a mesma coisa. Vá, até amanha, jeitosa. Logo à noite telefona-me.” ...

No regresso a casa de hoje houve uma diferença. Finalmente algo digno de agitar o meu dia e, pode muito bem ser já considerado como o ponto alto destes 2 meses de confinamento. O nosso reencontro no metro foi algo que ambos precisávamos e que, não nos viremos a arrepender, de certeza. Sentada na carruagem do metropolitano, na estação do Oriente, aguardava-se a hora de partida, mas não parecia haver mais passageiros. Iria aproveitar para continuar a ler o meu livro Sexus do Henry Miller. Não é um livro fácil por isso só o leio quando não tenho distrações. Algo que acabou por não acontecer. Acabava de entrar, uns segundo antes do fecho das portas, a minha distração para aquela viagem. Entraste tu!

“Alexia? És mesmo tu?” – perguntaste-me assim que ingressaste na minha carruagem deserta e te sentaste à minha frente, ignorando as distâncias recomendadas pela DGS. Ambos sorrimos por baixo das máscaras cirúrgicas e sentimos a falta do beijo e do abraço. “Pedroooo, fogo. Estás tão giro com esse cabelo assim comprido.Há tantos anos que não te via...” Sempre foste um borrachinho, desde os tempos de escola. Todas as miúdas tinham uma ligeira queda por ti, mas tu só pensavas em futebol. Ainda te consegui sacar umas curtes, por trás do Pavilhão B. “Lembras-te Pedro? Quando fomos apanhados pelo “sô contino” Carlos. Eu só tive tempo de ajeitar as mamas no soutien...Oh meu Deus!” Abanaste a cabeça e soltaste uma gargalhada. “Se me lembro Alexia, eu tive de me curvar e pensar em coisas feias, que o pau feito de um miúdo de 16 anos não verga facilmente... “

O metro seguia o seu caminho , na sua velocidade normal mas nós nem prestávamos atenção a mais nada. A nossa conversa era agora o centro do mundo. “O que fazes agora? Não me digas que seguiste a área de teatro, como dizias naquela altura...?”  Quase que acertavas. Faço com cada filme, às vezes. Tal como agora, nos segundos que demorei a responder, fiz o nosso filme ali naquela carruagem vazia a necessitar de ação e ambos íamos ficar a arfar. “Olha sou escritora...E tu? Algo relacionado com o desporto, só pode.” “Adivinhaste. Estou ligado ao mundo do futebol, sou preparador físico. Mas escreves o quê?”

Em menos de 2 minutos estavas a ler o blogue Histórias da Alexia e começavas a remexer-te no banco da nossa carruagem ainda vazia. “Bem, isto não é nada do que eu estava à espera Alexia, sua grande malandra...Não posso ler isto agora pá... É muito forte!” e desatámos a rir que nem doidos. Em Chelas entrou uma senhora, já de uma certa idade, olhou-nos por cima da máscara e acenou. Era fácil cumprimentarmos agora quem se cruzava connosco, por sermos tão poucos, felizmente, sentou-se bem longe de nós. Olhei-te nos olhos e disse-te: “Estou já a imaginar um conto erótico contigo, aqui no metro. A senhora é que não fazia parte, mas se formos rápidos e silenciosos... E neste conto há algo novo, algo que ainda não tinha experimentado!” Sentei-me a teu lado e coloquei a mão na tua perna. “A Alexia dos contos costuma dar beijos. Desta vez não vai haver beijos, por causa das máscaras...” A minha mão subiu lentamente e logo te toquei no membro, grande, latejante... Massajei-o e fechaste os olhos.  

“Vai ser como no bons velhos tempos? Vamos ficar só pelos amassos, Alexia?” Perguntaste-me ao ouvido, arrepiando-me, no exato momento em que a tua mão alcançou o fecho do meu casaco e o abriu de repente até poderes mergulhar à vontade no meu peito. Abalaste toda a minha estrutura de mulher forte e controlada. Voltei a ser a miúda que se escondia atrás do pavilhão B, para dar uns linguados no bonzão da escola, com a líbido a rebentar pelas costuras e sem saber bem o porquê. Com mão segura dos teus movimentos agarraste-me numa mama, apertaste, sorveste a saliva e eu gemi. De olhos fechados deixei-me levar e apreciar aquele toque, com cheiro a adolescência e tesão urgente. A minha mão continuava por cima das tuas calças a afagar e a apertar o teu pau que lutava para se libertar das calças de ganga. “Huummm, Pedro, temos de sair daqui. Acho que há aqui câmaras, foda-se”... Olhei em redor, a senhora estava sentada de costas para nós e quanto a câmaras, não as vi mas juro que as há.

Não respondeste mas já a tua mão direita iniciava as carícias esperadas no meu sexo. Com gestos estudados e calculados, mostraste que apesar da barreira das calças de ganga, conhecias a anatomia feminina e não andaste ali às voltas. Sentias o meu calor húmido e percebeste que estavas no caminho certo. Há uns bons tempos que não havia toques alheios em mim. Apenas eu me tocava e os meus brinquedos portanto, estavas a ser mesmo a melhor experiência desta quarentena. “Temos de sair daqui Alexia, estou a rebentar de tesão. Que loucura!” O nosso transporte estava a abrandar e a chegar à estação seguinte – Olaias. Deste-me a mão e um beijo imaginário entre duas máscaras cirúrgicas surgiu. Os nossos olhos brilharam de excitação e apertámos as mãos, ansiosos em frente à porta, esperando que se abrisse, tal como esperávamos pelo toque da campainha do intervalo grande, para irmos de mão dada lá para trás do Pavilhão B.

“Próxima estação Olaias” ouviu-se a voz andrógina de GPS e nós sustínhamos a respiração como que a poupar fôlego para os nossos planos. Mas que planos, caralho? Eu não tinha planos nenhuns. Iria ter de confiar em ti. “E agora Pedro? Para onde vamos?...” Corremos um pouco pela plataforma da estação e percebemos que éramos mesmo as únicas pessoas por ali. “Miúda, estamos sozinhos, anda...”Encostaste-me a um pilar gigante e vermelho num ângulo em que só seríamos vistos quando passasse um novo comboio e ainda antes do nosso continuar a viagem, já te encostavas a mim, roçando-te numa dança de sexos vestidos mas com muito calor e paixão. Sentia-te duro e urgente para me rasgares e penetrares. Sentia-me húmida e relaxada para te receber. Não seria algo demorado, mas era algo que tinha demorado imensos anos a acontecer. Frente a frente, tornava-se difícil. As máscaras eram ainda um entrave. Gostava de te beijar caralho, mas era um risco acrescido. Íamos foder ali... era mais arriscado que beijar? Foda-se.
Virei-me de costas para ti e baixei ligeiramente as calças, soltando as nádegas e empinando o rabo para ti. Não precisaste esperar pelo meu pedido. Acho que antes de acabar de verbalizar um “fode-meee” que ficou meio preso na máscara, já o teu pau iniciava o caminho até então desconhecido. Aos 16 anos e na escola não passáramos mesmo dos beijinhos. Mal sabíamos que anos mais tarde iríamos cometer esta loucura tão insana, mas tão prazerosa. 

Entrou sem pedir licença. Escorregou com facilidade, sem descarrilar. Realmente parecia conhecer o caminho. Colaste-te a mim. Cara encostada ao meu pescoço, sentia a tua respiração, audível, rouca, tensa... Iniciaste as estocadas a uma velocidade lenta, de modo a apreciarmos a viagem. As tuas mãos faziam reconhecimento de todos os outros meus pontos de interesse e eu gemia. Sentia-te. Fechava os olhos e via-nos com os mesmos 16 anos, a foder contra a parede do pavilhão B. Era uma das minhas fantasias recorrentes dos tempos de adolescência. E agora não era nenhuma fantasia. Não era na escola e não seríamos apanhados pelo “sô contino”. 

O prazer gritante de te sentir dentro de mim chegava agora a todas as células do meu corpo. Conseguiste descobrir o clitóris e o toque certeiro  que me levava a acelerar pelas estações e apeadeiros sem sequer abrandar a velocidade. As tuas estocadas aumentaram de intensidade e de velocidade. “Pedro... isso, continuaaa... Vou-me vir assim.” Avisei, quase gritando, ao mesmo tempo que se começa a ouvir os gemidos e estalidos da linha eletrificada do metro anunciando a chegada de mais uma composição.

“Anda, Vimo-nos os dois... Hummm”... E sem te descuidares do teu toque, cada vez mais rápido e ritmado em mim, encetaste uma corrida louca de vai-e-vem dentro de mim até se ouvirem os nossos gemidos guturais que ecoaram pelas paredes da estação vazia mas, que de um momento para o outro se encheu de prazer, luxúria e sorrisos escondidos pelas nossas máscaras cirúrgicas. Já se avistava o comboio no início da plataforma quando acabávamos de subir as calças após uma das maiores loucuras que já fizera em toda a minha vida. 

“Ai Alexia, Alexia...Foi tão bom. Parecíamos os adolescentes de há 20 anos.” “Ai Pedro, Pedro... Não te importas que eu inclua esta nossa história no meu blogue, pois não? Foi tão bom que parece ficção!” Disse-te sorrindo e piscando o olho. Puseste-te a pensar e a observar a composição que parava agora e abria as portas para saírem umas 5 ou 6 pessoas. Entrámos também, sentámo-nos lado a lado e enquanto recuperávamos a respiração acabaste por responder: “Claro que podes escrever a nossa história, mas com a condição de que assim que não for preciso usar máscara, marcamos novo encontro. E já agora, se possível, num lugar mais privado e seguro”. “Está combinado Pedro. Trocamos números de telefone também? Não me chega esta rápida troca de fluídos. Soube a pouco, mas soube tão bem!”...

Voltámos a encontrar-nos em junho, mas essa história fica para uma próxima oportunidade!