Assim que fechaste a ruidosa porta metálica ligaste a velha aparelhagem e passámos a ouvir AC/DC.




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Chamo-me Vera e criei a Alexia, personagem fictícia mas muito real. Aqui poderás ler alguns dos meus/seus devaneios... Contos eróticos, quentes e com muita sensualidade. Bem vindos ao mundo da Alexia!
Eu estava despida e sentada num chão frio e imaculadamente branco quando acordei. As costas apoiavam-se numa parede de vidro frio. Olhei em volta e reparei que estava presa num género de tubo de vidro com pouco mais de metro e meio de diâmetro. Assustada e sem perceber onde estava levantei-me e comecei a bater no vidro. Gritei e pedi por socorro. Havia uma luz forte e branca sobre a estrutura de vidro que me impedia de ver o que estaria do lado de fora. Cada vez mais assustada bati no vidro com força, rodei sobre mim mesma tocando com ambas as mãos no vidro, batendo e empurrando, tentando descobrir uma porta, uma saída...
Mas nada. Estava encurralada e o vidro parecia impossível de quebrar. Comecei a chorar e tentei perceber o que se havia passado. Ainda há pouco estava na minha cama a ver um filme de ficção científica e devo ter adormecido. É isso, devo estar a dormir. Belisquei-me no braço, esbofeteei-me nas faces e doeu. Não estava a dormir. Era real, mas que realidade era esta? Sentei-me o chão, encostei os joelhos ao meu peito nu e agarrei as pernas contra o meu corpo despido e frio. Fechei os olhos e comecei a rezar, pela primeira vez na vida pedi algo a Deus, e caso ele exista poderá ser a minha única solução.
Neste momento sinto movimento no exterior da minha redoma, olhei em volta e fiquei boquiaberta com o cenário que se apresentava ao meu redor. Vários seres aproximaram-se lentamente do vidro. Fiquei mais assustada que nunca. Eram seres não humanos. Sem roupas. Pele branca como uma folha de papel, lisa e brilhante. Não lhes conseguia ver a cara por causa da luz forte, apenas pude observar com atenção os seus corpos. Eram 6, todos iguais. Pernas e braços esguios e longos. Os pés eram semelhantes aos nossos mas sem dedos, nem unhas. Nem sei como consegui registar tudo isto tal era o meu horror perante a situação.
Senti muito medo. O que me iriam fazer? Voltaria a ver a minha família? Os meus amigos? Sairía dali viva? Recomecei a chorar assim que vi, todos eles ao mesmo tempo a exibirem o seus membros sexuais, que se encontravam previamente recolhidos por entre as pernas. Num instante seis grandes membros sexuais, em tudo semelhantes aos dos humanos, com exceção da cor e do tamanho, brancos e enormes em comprimento e diâmetro, começaram a roçar e bater no vidro, que era a minha única proteção contra aqueles seres horríveis. Todos ao mesmo tempo agarraram nos seus gigantescos paus e iniciaram uma masturbação, em tudo semelhante à dos homens.
Usavam ambas as mãos, também semelhantes às nossas, mas maiores e sem unhas. Percorriam o gigantesco pau, da base até à ponta e, por vezes passavam com ele pelo vidro, bem perto da minha cara... Fechava os olhos e só queria que aquilo acabasse. Eu estava ali nua, desprotegida e à mercê daqueles seres. Seria violada? Iriam rebentar comigo num instante! Poderia ficar grávida de um ser extraterrestre?? Correram na minha mente episódios antigos dos "ficheiros secretos" e fiquei ainda mais horrorizada. De repente, ouvi uma voz vinda de dentro de mim.
Não era a minha voz, mas um sentimento de submissão surgia em mim, perante aquela voz. Senti-me controlada por ela. O que ela me dizia não fazia sentido mas impelia-me a tocar-me. Não consegui não cumprir. Então, sentada no chão imaculadamente branco abri as pernas e toquei-me, estava húmida e excitada. A voz obrigava-me a tocar nas minhas mamas e a apertar os meus mamilos enquanto os meus dedos me penetravam e acariciavam o clitóris. "Vem-te já..." ecoou a voz nos meus ouvidos. Estranhamente atingi de imediato um orgasmo fora do normal, com um nível de prazer sobre-humano.
Nesse momento os seres aproximaram-se do vidro e pelos seus paus gigantescos expeliram um líquido transparente e viscoso, contra o vidro que me rodeava. O líquido escorria lentamente até ao chão, ao mesmo tempo que os 6 seres foram recuando em direção à sombra. Deitada no chão, a recuperar do cansaço ainda consegui vislumbrar as primeiras gotas a tocarem no chão e a evaporarem-se num fumo branco... Perdi os sentidos e só acordei na minha cama, com a janela aberta... Doutor, eu sei que não estou louca... Eu fui levada por extraterrestres e temo pela minha saúde. Gostava que me examinasse, poderei estar a gerar um ser dentro de mim, ou... "Pois, pois, acredito... Vou só receitar-lhe muito descanso... E não se esqueça de fechar a janela antes de ir dormir."
O cais da Ribeira estava lindo como sempre. Mas no S. João há mais cor, mais vida e transforma-se assim no cenário perfeito para momentos descontraídos entre amigos. O cheiro a sardinha e a bifana, o som da música popular, as gargalhadas dos convivas alcoolicamente bem dispostos deixam-me também animada e divertida. O fresco da noite é controlado pelo casaquinho de ganga que me emprestaste e que apertaste cada botão com carinho e muito mel. O que tu queres sei eu. Somos amigos coloridos há vários anos. E temos uma cumplicidade sexual... Não é preciso falar. Ambos sabemos quando vai acontecer.
De martelinho azul na mão, insistias em fazer trocadilhos com a palavra "martelar" e bujão. Eu ria e provocava-te esticando o dedo do meio ao mesmo tempo que emborcava mais um fino. Riamos a bom rir e foi nesse momento que disseste que estavas com tesão, tínhamos de arranjar um sitio para uma rapidinha. "o quê, caralho, tu não me" debes" tar a "ber" bem..." Rimos ainda mais pois conheces-me bem e sabes que a palavra" rapidinha" é o meu middle name. Bebemos mais uns finos enquanto percorriamos a ribeira de uma ponta a outra várias vezes.
Encontrámos amigos que nos pagaram mais uns finos e foi assim, muito mais bem dispostos que resolvemos desaparecer por uma ruela com pouca gente e mal iluminada. Não somos namorados porque gostamos de estar com outras pessoas. Não somos namorados mas damos mais quecas que muitos casais... Enfim... Hoje não ia ser diferente. A excitação era já muita e o álcool deixa-me desinibida, não é que precise, mas fico mais descontraída e vale tudo. Deste-me a mão, e puxaste-me pelas ruelas acima sempre à procura de um sítio escuro onde pudéssemos despejar as nossas vontades.
Acabei por ser eu a descobrir uma porta entreaberta de uma casa abandonada. Entrámos a medo mas descobrimos um pequeno pátio exterior iluminado pela lua brilhante, um sitio decente para a nossa queca. Agarrei-me a ti a rir e senti-me apoiada e protegida no teu corpo alto e braços fortes. Beijámo-nos longamente e os risos deram lugar aos gemidos. Os meus, os teus. As nossas mãos procuraram os nossos pontos fracos. Ou serão os pontos fortes? Houve estimulação rapida de mamilos, reconhecimento de costas e nádegas... E quando senti os teus lábios no meu pescoço senti também as minhas cuecas humedecerem.
Conheces-me tão bem. Sabes como me deixar louca de tesão. Mas desta vez queria ser eu a deixar-te louco. "Espera, pára, pára..." afastei-me de ti, dei-te um ligeiro empurrão e olhei-te nos olhos. Ficaste com um ar preocupado: "O que foi miúda?? tentaste puxar-me de novo para ti e eu sorria enquanto procurava uma coisa na mala.
" Tenho uma surpresa para ti, lembraste de te falar no halls preto??.. " Dito isto, mostro-te o pequeno rebuçado refrescante que é muito mais do que um rebuçado. Coloquei-o na boca e sorrimos. Aqueles sorrisos malandros...
Voltámos a aproximar-nos e os beijos eram agora refrescantes. O rebuçado viajou pelas duas bocas e com precisão e rapidez despertei-te as calças e o fecho. Precisava soltar a tua excitação. "Vamos lá verificar se é mito ou realidade"... Fiquei de cócoras à tua frente e o luar fez brilhar o teu pau que já escorria para mim. Agarrei nele e senti a dureza. Nunca desiludes. Dei-lhe uma primeira lambidela e percebi que não ia ser fácil manter o halls na boca e mamar ao mesmo tempo. Há toda uma técnica mas "eu consigo"...
Iniciei as viagens de vai e vem, as massagens nos testículos e assim de repente manifestaste-te "Ahhhhhh, estou a sentir. Isso é brutal..." Adorei a tua reação... Os teus gemidos. Agarraste-me nos cabelos. Disseste uns palavrões e coisas sem nexo. "Hummm... Também quero sentir essa merda caralho..." Levantei-me e passei o rebuçado para a tua boca. Levantei a saia, baixei as cuecas, tirei-as e ficaram ali no chão. Encostei-me a um velho tanque de lavar a roupa transformado em vaso. Toda eu era tesão : " baixa-te e come-me caralho..." Ofereci-me toda. Sem reservas. Sou sempre toda tua e hoje mais ainda.
A tua língua conhece-me como ninguém. Escorrega pelos meus caminhos sem pedir licença. Vai entrando como se fosse da casa... Mas hoje, foda-se, hoje foi algo fora do normal. De repente comecei a sentir um misto de entorpecimento, frescura e formigueiro.... Os meus gemidos ecoaram pelo casebre... Um gato assanhado saltou do telhado e assustou-nos. Mas não paraste. De joelhos no chão e cara encostada a mim, a mão direita no teu pau, para manteres o nível... Quem nos visse iria vislumbrar um bonito quadro erótico e ficaria a observar de longe. Esperaria decerto pelo culminar daqueles dois amantes esfomeados e tesudos. Sentei-me no tanque e de pernas abertas pedi para me foderes. Abracei-te quando entraste em mim.
Já não havia rebuçado... mas toda a minha cona gritava por um orgasmo. Investiste em mim. Martelaste até bem fundo. Os nossos olhares lascivos e animalescos denunciavam a chegada do prazer maior. A festa de São João faz-se também nas casas abandonadas. E um pouco antes de darmos os últimos gemidos de prazer ouviu-se o primeiro pumm... E o átrio iluminou-se. Luzes verdes e vermelhas iluminaram o nosso orgasmo. Coloriram os nossos esgares de prazer e os rebentamentos fizeram concorrência aos nossos gemidos de prazer extremo. De mão dada voltámos para a festa e observámos abraçados o fogo de artifício, enquanto gotas de ti escorriam lentamente pelo meio das minhas pernas.
Coloquei os óculos de visão noturna e ajeitei o capacete. "Vou avançar meu sargento. Cubra-me!" Gritei já de costas para ti, exatamente antes de pular e sair da trincheira que nos protegia do inimigo e iniciar uma das corridas mais difíceis da minha vida. De M4 em riste, dedo no gatilho e com o coração na boca, só pensava que não queria morrer, não nesta guerra... Pelo caminho deserto de vegetação, mas fértil em corpos estropiados e sem vida, lutei pela minha. Tenho a certeza que aviei uns quantos pelo caminho. Não ficava feliz por isso, mas era morrer ou matar. Eu escolhia sempre a segunda opção. O som das rajadas de metralhadora ainda hoje me soam aos ouvidos, sempre que fecho os olhos à noite. Não pelo barulho mas pelo facto de termos perdido imensos camaradas, nesta emboscada mortal. Os gritos humanos de dor eram indescritíveis e torturavam-me os ouvidos numa luta perversa com o som dos tiros que silvavam ao cortar o ar. Éramos muitos. Ficámos tão poucos. Eu continuava a correr. Veloz, com uma imensa adrenalina a correr-me nas veias.
Até que o oxigénio inspirado deixou de ser suficiente e as minhas pernas começaram a fraquejar. "Caralho... Onde está a merda da outra trincheira? “ Pensei ou gritei, nem sei. Naquele momento achei que não me conseguiria salvar. Caí ao chão. Tropecei num corpo. Olhei em volta não se via viv'alma. Tentei levantar-me mas senti náuseas ao reconhecer o corpo em quem tropeçara. Foda-se, pobre miúdo... Levantei-me sem forças, apoiando-me na espingarda mas voltei a cair, de bruços e cara na terra húmida. Ouvi passos, alguém a correr, perto. Os meus olhos foram fechando. Não, não posso morrer... Seria a minha última visão, a cara sem vida daquele miúdo? Perdi os sentidos, mas ainda escutava os passos cada vez mais perto, mais perto... Quando recuperei as forças, abri os olhos e vi o mundo de pernas para o ar. Não percebi logo, mas levavas-me nos ombros, exatamente como tínhamos praticado na recruta, e em passo de corrida. Ouvia os tiros a rasarem os nossos corpos. Irias conseguir proteger e salvar-me? Voltei a fechar os olhos mas desta vez com a certeza que ia tudo ficar bem.
Nem o desconforto dos constantes abanões ao meu corpo inerte, provocado pela tua corrida em busca de nova barricada, me coibiram de voltar a perder os sentidos. Voltei a recuperá-los já na trincheira, com cerca de dois metros de profundidade e com munições suficientes para nos defendermos até sermos resgatados. Estavas debruçado sobre mim e repetias "soldado, soldado... estamos a salvo. Abra os olhos soldado, é uma ordem". A tua mão batia insistentemente nas minhas faces quando abri os olhos. A visão era quase nula, já não tinha os óculos e o capacete. Não fosse a lua e eu não veria o teu sorriso de alívio por me veres despertar. Agarrei-me ao teu pescoço e puxei-te para mim. "meu sargento... aquilo foi mau, muito mau.... Eles estão mortos. Todos mortos! “ Encetei um choro descontrolado. Eles não voltariam para casa. Solucei. "Meu sargento, o-obrigada! Salvou-me e eu não sei como agradecer! " Ao ouvido sussurraste-me palavras de consolo "Soldado, vai ficar tudo bem! A sua coragem... Soldado... Estou orgulhoso, tão orgulhoso". Afastaste-te ligeiramente para me olhares nos olhos pejados de lágrimas.
Passaste os polegares nas minhas faces de modo a secá-las e olhámo-nos profundamente durante longos segundos. As lágrimas caiam à mesma, mas os tiros havia cessado. Também nas tuas faces rolaram algumas. Voltaste a abraçar-me. Elevei-me ligeiramente e senti a força do teu abraço que transmitia carinho e paz. Senti-me em casa. Afastei-me ligeiramente, sentei-me da forma mais confortável possível e perguntei-te: "Quanto tempo temos até nos salvarem, meu sargento? “ Sorriste e começaste a tirar a mochila das costas. Encostaste-te a mim e à parede de areia enquanto massajavas os ombros doridos.... "Descanse soldado, eles sabem a nossa localização exata. Até ao amanhecer, seremos resgatados." Descansei a cabeça no teu ombro, coloquei a mão na tua perna, dei-lhe uma palmada ligeira e sorri dizendo "Então temos tempo, meu sargento" Olhaste para mim e perguntaste com um ar curioso "Soldado, não percebi. Temos tempo para quê? “ Com o meu ar de miúda rebelde" apenas respondi "Para isto, meu sargento".
Num gesto repentino sentei-me em cima de ti, agarrei-te no pescoço e sem demoras mergulhei em ti num beijo profundo e quente. Senti as tuas mãos agarrarem na minha cintura e depois no meu rabo. Ambos precisávamos de paixão e de sentir a euforia, que não fosse associada ao medo e ao pavor de morrer. Ambos precisávamos de amor! E merecíamos! Era a melhor forma de comemorar a vida! Puxavas-me para ti com medo que eu mudasse de ideias. Como se isso fosse possível. O beijo carnal, lascivo e animalesco denunciava o prazer que sentíamos. O meu coração galopava à velocidade que há pouco usara nas pernas para sobreviver. A fome que tínhamos não era só de comida caseira e quente. A fome de sexo era também já muita e as emoções complexas que não sabíamos controlar levavam-nos a este inevitável desfecho. Com rispidez e ganas de me teres, desapertaste a minha camisa, enquanto eu soltava o meu cabelo longo e escuro. Ias ter-me como uma mulher e não como soldado.
O top verde justo ao meu corpo com suor de medo e de adrenalina deixava vislumbrar os mamilos eretos e com vontade de serem tocados. Olhaste para eles, pegaste-me numa mecha de cabelo, passando os dedos por todo o comprimento. Tocaste-me no pescoço, sem pressa, percorrendo depois o contorno da mama até chegares ao mamilo. Apertaste ligeiramente ambos e eu soltei um suspiro de prazer há muito contido e reprimido. Alcancei o cós do top e tirei-o num gesto rápido e provocador. Fechei os olhos e senti os teus lábios, a tua língua nas minhas maminhas arrebitadas. Por momentos o cenário de guerra que nos rodeava, desvaneceu, evaporou-se e transformou-se num paraíso carnal de prazer. Já não pensávamos, só o instinto geria os nossos movimentos e sensações. Deitaste-me de costas na areia e entre beijos, gemidos e olhares profundos descalçaste-me as botas, despiste-me as calças... Observaste-me com prazer e desejo. Enquanto, de joelhos na areia, desapertavas a camisa, o cinto e as calças disseste" Soldado, que visão maravilhosa estou a ter... És tão bonita! “
Deixei escapar uma gargalhada e puxei-te para mim. "O meu sargento também não está nada mal!" Deitado sobre mim e apoiado nos antebraços, sorriste e provocaste-me roçando-te em mim. Os nossos sexos tiveram assim o primeiro contacto e enquanto nos beijávamos passeei as minhas mãos pelos teus ombros e costas. Alcancei o teu rabo e forcei-o de modo a sentir-te no meu clitóris que já estava inchado de tanta excitação. Finalmente tirei as cuecas, com a tua ajuda e pedi baixinho "Foda-me, meu sargento!" Antes de o introduzires em mim respondeste "Não costumo aceitar ordens de soldados, mas neste caso é inevitável..." E deixaste-o escorregar dentro de mim. Olhos brilhantes e em permanente contacto, faces sujas mas rosadas e bocas semi-abertas como que a quererem saborear o momento. O primeiro gemido depois da primeira estocada é sempre o mais profundo. Normalmente denuncia a qualidade do momento que se segue. Ambos gememos de prazer intenso e guardado há meses nas nossas gargantas. O tempo que demorámos naquele ato de paixão e de tesão não sei precisar. Sei precisar que foi o melhor tempo passado naquela guerra desumana. As estocadas fortes foram aumentando à medida que a excitação crescia ainda mais. Continuaste em cima de mim, peito com peito, as minhas pernas enroladas em ti e o contacto permanente dos nossos sexos húmidos. O som do sexo selvagem, do movimento repetitivo do contacto dos dois corpos era, por certo, ouvido fora da nossa barricada protetora, mas nem isso nos passou pela cabeça. Agarraste-me nas mãos, entrelaçámos os dedos e elevaste-me os braços acima da cabeça. O contacto prolongado do meu corpo nu, e agora das mãos, na areia não foi, na altura, um problema, pois os sentidos estavam concentrados nas sensações. A dopamina libertada nos corpos desprezava qualquer outra sensação que não fosse bem-estar e euforia. Numa corrida louca para o orgasmo aceleraste as investidas em mim até atingirmos a felicidade louca e imensurável que é um orgasmo há muito reprimido.De olhos fechados e com as respirações descontroladas, espasmos de prazer invadiram-nos os corpos acompanhados de gemidos e esgares faciais, que em nada são encenados, previstos ou treinados. A natureza assim o impõe. De mãos dadas, deitados, lado a lado, de costas no chão que foi testemunha da nossa paixão, sorríamos de felicidade. A droga tem um efeito semelhante ao do orgasmo. Tudo é felicidade, tudo à volta deixa de ter importância e o mundo é cor-de-rosa. Ao longe escutámos o som inconfundível das pás do helicóptero a cortar o ar. Íamos ser resgatadis. O sol estava a nascer e nós estávamos a voltar à realidade da guerra, das mortes, do sofrimento. Mas nunca nos iríamos esquecer daquele nosso momento de paixão, que em cenário de guerra nos deixou em paz e rendidos um ao outro...